Continuidade do Instituto Politécnico da UFRJ em Cabo Frio depende de sua institucionalização

Qual será o destino do Instituto Politécnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUFRJ), em Cabo Frio. Em busca da resposta a este questionamento, a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio realizou, hoje (28/10), audiência pública com representantes da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES) da UFRJ, da Uppes e da comunidade acadêmica do instituto. Entre os temas debatidos, a terminalidade do curso para os atuais alunos e a necessidade da institucionalização da unidade pela universidade federal.

“É preciso dar a estes estudantes a certeza de seus diplomas, garantindo de forma responsável a certificação do curso concluído. Também é necessário esclarecer, inclusive, se o instituto faz parte dos planos de expansão dessas instituições, pondo fim à informalidade que tem gerado inaceitável insegurança aos alunos”, explicou o parlamentar.

O Instituto Politécnico de Cabo Frio iniciou suas atividades em 2008 em parceria com a prefeitura local, oferecendo turmas de ensino fundamental e médio técnico. Desde o primeiro ano de atividades teve como objetivo principal formar a equipe de professores e desenvolver uma metodologia de ensino e aprendizagem, inteiramente baseada em projetos, com nova configuração da organização dos conteúdos. Porém, em 2010, o convênio foi extinto e o IPUFRJ começou a passar por dificuldades financeiras, pois esse acordo garantia o pagamento dos professores, além da manutenção da estrutura física. A partir de 2012, iniciou-se um diálogo entre a UFRJ e o IFF para definir qual o espaço institucional da escola.

“Acreditamos que a UFRJ deve assumir a institucionalidade do IPUFRJ o mais breve possível para reverter a situação caótica que assola a unidade, com professores residentes há seis meses sem receber pagamento e alunos sem aula há quatro meses. A médio e a longo prazo, a solução poderia vir de um acordo entre a universidade federal, que ficaria encarregada pela parte acadêmica, e o IFF, pela gestão financeira e administrativa”, explicou Vitor Benvindo, professor da unidade.

O diretor do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides) da UFRJ, Walter Suemitsu, afirmou que o acordo com o IFF aconteceu em 2012, mas que nunca foi cumprido. Na ocasião, ele explicou que, em função do estatuto da universidade, a institucionalização do IPUFRJ é inviável já que a universidade não tem autonomia para a criação de uma escola técnica, apenas de cursos na área.

“O convênio previa cursos consorciados e a formação de professores na perspectiva politécnica, mas essas medidas não se concretizaram. A ideia era que os alunos saíssem com o duplo diploma, da UFRJ e do IFF, mas a UFRJ também nunca reconheceu a instituição”, disse Suemitsu.

O presidente do colegiado, deputado Comte Bittencourt (PPS), se comprometeu a realizar, ainda neste mês, uma reunião com o prefeito da cidade e os reitores da UFRJ e do Instituto Federal Fluminense (IFF) para debater o futuro do instituto.

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