Alunos, professores e funcionários de unidades da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) – que estão ocupadas há cerca de dois meses – apresentaram nesta quarta-feira (18/05) pauta com reivindicações à Comissão de Educação da Alerj, durante a audiência pública realizada no complexo de Marechal Hermes. Entre os pedidos apresentados estão a eleição direta para presidente da instituição, a melhoria na estrutura física dos prédios e o pagamento dos salários dos terceirizados, atrasados há quatro meses.
O presidente da Comissão, deputado Comte Bittencourt, disse que convocará o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Gustavo Tutuca, para debater as demandas do movimento na próxima semana, em uma nova reunião do colegiado.
“Vamos tentar intermediar a solução do impasse entre os estudantes e o Executivo para pôr fim à ocupação. A exemplo do que fizemos nesta semana com representantes da Seeduc, faremos também com a Secti”, afirmou o parlamentar.
Com auditório lotado, a comunidade escolar pediu atenção dos deputados e do governo do Estado para a necessidade de melhorias em relação à qualidade da alimentação oferecida aos estudantes, à garantia de verba para a compra de materiais para as unidades e ao pagamento do enquadramento por função, dentre outras reivindicações.
A aluna da Escola Técnica estadual Henrique Lage, em Niterói, Lorena Novaes contou, durante o encontro, que já precisou, inclusive, pagar para realizar provas na unidade.
“Não tinha folha de papel na escola e o professor teve que cobrar o valor da folha e o da impressão. É um verdadeiro escárnio essa situação. Inadmissível que os alunos da rede de ensino técnica do Estado estejam passando por esse tipo de constrangimento “, relatou.
O aluno Vitor Ribeiro, da unidade Oscar Tenório, em Marechal Hermes, ainda acrescentou que as estruturas das unidades estão precárias e já foram encontradas até cobras dentro do campus.
“O mato está sem ser cortado há muito tempo, facilitando a proliferação de animais. Os funcionários não conseguem vir trabalhar por falta de dinheiro para custear o transporte”, falou o estudante.
Em resposta, o subsecretariado de Estado de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Miguel Badene, reconheceu os problemas apresentados e explicou que a Secretaria de Ciência e Tecnologia, assim como demais áreas do Executivo, sofre com a falta de recursos e que está encontrando dificuldades para solucionar as questões apresentadas.
“Apesar das inúmeras dificuldades que temos enfrentado, estamos trabalhando constantemente pelos alunos. Pedimos compreensão devido à crise financeira que estamos vivendo e que nos coloca numa situação de impotência”, explicou Baldene.