O Fluminense
Larissa Lima
O Parque Estadual da Serra da Tiririca recebeu na manhã de ontem a visita da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O grupo, formado pelos deputados Comte Bittencourt (PPS), Luiz Paulo Correa (PSDB), Rodrigo Neves (PT), Marcelo Freixo (PSOL), Paulo Mello (PMDB), Álvaro Lins (PMDB), Edino Fonseca (PR) e Aldir Santana (PSC), foi avaliar e tentar chegar à delimitação definitiva do parque através de um consenso.
Os deputados verificaram in loco as áreas que envolvem as famílias que teriam que ser despejadas caso a delimitação definitiva da Unidade de Conservação seja aprovada na Alerj. A vistoria teve início por volta das 10h, no Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) de Itacoatiara, em Niterói.
Depois, os parlamentares seguiram para o Engenho do Mato, onde há, segundo os moradores, 50 construções residenciais. O projeto de lei 3.238/06, do ex-deputado Adroaldo Peixoto Garani, sobre os limites definitivos do parque, está tramitando na Alerj e deverá será votado na próxima semana.
Preservação – O principal objetivo da comissão é preservar cerca de 20,9 quilômetros quadrados do parque que pode estar ameaçado pela comercialização das terras. Para que haja essa delimitação, de grande importância para os municípios de Niterói e Maricá, na opinião do deputado Comte Bittencourt, cerca de 70 parlamentares discutirão o projeto. Depois de reformulado com as novas informações adquiridas na visita de ontem, o documento será encaminhado para o governador Sérgio Cabral Filho, para ser sancionado.
O relatório sobre os limites do parque será entregue na segunda-feira ao representante do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Adriano Mello. Ele também participou da vistoria. O instituto irá destinar cerca de R$ 300 mil para concretização do projeto, que será investido para melhorar a infra-estrutura dos visitantes, entre outros benefícios.
Desde que foi fundado, em 1991, o Parque Estadual da Serra da Tiririca nunca teve uma delimitação definida. Por isso, alguns parlamentares acreditam que mais tarde, com o crescimento do mercado imobiliário, as áreas do parque, que é uma das poucas Unidades de Conservação, onde há remanescentes de Mata Atlântica no Estado, sejam invadidas.
A diligência foi acompanhada pelos moradores da localidade Jardim Fazendinha, no Engenho do
Mato, que estão preocupados com a próxima votação da delimitação definitiva do parque.