Deputados Tia Ju e Paulo Fernandes estão entre os socorridos no Departamento Médico da Alerj. Nove pessoas foram detidas.
O primeiro dia de votação do pacote de medidas de austeridade do governo estadual teve dois projetos aprovados e foi marcado por conflitos entre PMs e manifestantes nesta terça-feira (6), que resultaram em 30 feridos, entre eles, onze policiais. Nove pessoas foram detidas durante a manifestação.
Segundo nota enviada pela Alerj, entre as pessoas feridas estavam servidores, policiais e os deputados Tia Ju e Paulo Fernandes, todos atendidos no Departamento Médico da Casa. A maioria passou mal por causa de fumaça de bombas e do spray de pimenta.
A manifestação começou por volta das 13h com uso de bombas em direção à Alerj. A PM revidou com bombas de efeito moral e uma grande confusão se formou no local. Durante o ato, algumas pessoas mascaradas e usando capacetes tinham rojões nas mãos e atiravam na direção da polícia.
No confronto, alguns PMs se abrigaram dentro da igreja de São José, que fica ao lado da Assembleia Legislativa, de onde dispararam bombas de efeito moral. Em nota, a Polícia Militar informou que o confronto começou após tentativa de invasão da Alerj.
Homens do 5º BPM, do Batalhão de Choque e do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos atuaram no local, mas foi difícil conter o grupo que tentou depredar estruturas próximas à Alerj, que ateou fogo em objetos nas ruas e fez barricada para impedir a passagem da polícia.
Ao menos 50 bombas foram arremessadas pela polícia. Ativistas responderam com pedras e morteiros. O spray de pimenta chegou até no plenário. Ruas foram interditadas e o comércio nos arredores foi fechado. Havia relatos de cheiro de gás também dentro dos restaurantes.
Dentro da Assembleia Legislativa, na sessão extraordinária que começou às 14h, os deputados estaduais aprovaram duas medidas de economia da própria Casa: o fim da frota de carros oficiais e a proibição de realizar sessões solenes no plenário à noite, o que significa menos gastos com energia elétrica e horas extras.
Também foi aprovado o corte de 30% nos salários do governador, do vice-governador e dos secretários, com emenda enquadrando os secretários no teto do estado, que hoje é de pouco mais de R$ 26 mil. O autor da emenda é o deputado Comte Bittencourt.
Por 32 votos a 19, deputados rejeitaram o destaque que excluiria secretários que ganham acima do teto do corte de 30℅ no salário. Com o resultado, secretários de Educação e Fazenda, que ganham acima do teto, terão salários reduzidos ou deixarão os cargos. “Secretários podem ficar nos cargos recebendo R$ 26 mil mensais ou pedir exoneração”, disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL).
Os parlamentares decidiram também antecipar o calendário de votação do pacote, que inicialmente iria até o dia 15. Agora, as últimas medidas serão votadas na próxima segunda-feira (12). A sessão promete ser a mais polêmica, já que na pauta estarão o aumento da contribuição previdenciária dos servidores, de 11% para 14% do salário, e o adiamento para 2020 de reajustes salariais para diversas categorias, que já haviam sido aprovados pela própria Alerj.
A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Transportes, e a Concessionária do VLT Carioca informaram que, devido à ocupação da via na área da Av. Rio Branco, o Veículo Leve sobre Trilhos interrompeu duas vezes a operação na tarde desta terça-feira (6) por questão de segurança. As interrupções se deram entre 14h30 e 15h10 e entre 16h05 e 17h15.
As vias da avenida Rio Branco, rua Primeiro de Março e avenida Presidente Antônio Carlos tiveram o tráfego de veículos interrompido.