Reforma na biblioteca estadual de Niterói é o próximo alvo da prefeitura

O Fluminense
Viviane Romero

Um dos marcos arquitetônicos da Região Central da cidade, o prédio da Biblioteca Estadual de Niterói, poderá, em breve, ganhar cara nova. Esse é o objetivo do prefeito Godofredo Pinto e do deputado estadual Rodrigo Neves (PT). Para isso, ambos unem forças para que o sobrado, localizado na Praça da República, seja restaurado. A expectativa é que as obras sejam iniciadas no próximo semestre.

Orçado em R$ 80 mil, o projeto prevê, além da reforma, a instalação de uma iluminação artística na parte externa da biblioteca e nos quatro prédios históricos que englobam o conjunto arquitetônico do Centro: o prédio da delegacia 76ª DP (Centro), o da Câmara dos Vereadores, o do Fórum e o Colégio Estadual Liceu Nilo Peçanha.

“A Praça da República é de inestimável valor histórico para Niterói e a recuperação do conjunto arquitetônico de seu entorno é de extrema importância para a revitalização do Centro”, disse Godofredo.

Por esses motivos, o prefeito afirmou ter pedido prioridade ao governador Sérgio Cabral Filho para que a reforma do Liceu Nilo Peçanha, uma das mais tradicionais escolas de nossa cidade, saísse do papel.

“Agora, negociarei com o Poder Judiciário melhorias para o prédio do Fórum”.

A pedido de Godofredo, Rodrigo Neves abraçou a causa. Ele está sendo o principal articulador do projeto junto ao Estado. Neves disse que fez questão de participar do projeto, pois a reforma representará um grande ganho para a cultura da cidade.

“Niterói tem muito a ganhar com a reforma do prédio. A cidade tem um grande potencial cultural. Além disso, a reforma desses prédios contribuirá para a valorização do Centro”, observou Neves.

Outro grande incentivador da cultura niteroiense, o deputado estadual Comte Bittencourt (PPS), se posicionou favorável à causa.

“Estou me colocando à disposição para colaborar com a realização desse projeto. É uma pena ver esse belíssimo conjunto arquitetônico sem a devida valorização”, comentou Comte.

A diretora da Biblioteca, Glória Blauth, está ansiosa pela aprovação do projeto. Ela ressaltou que a edificação é a única biblioteca estadual na cidade.

Problemas – Segundo levantamento feito pela Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), os principais problemas identificados no local foram infiltrações nos tetos e paredes, calhas danificadas, instalação elétrica com fiações gastas. Além desses reparos, será necessário refazer a pintura interna e externa da edificação.

A assessoria de comunicação da Emop informou que na próxima semana estará enviando para a Secretaria Estadual de Cultura a proposta de orçamento da obra. Se aprovado, o próximo passo será iniciar o processo de licitação. Iniciados os trabalhos, a previsão é que a obra esteja concluída em dois meses.

Vasto acervo

O prédio foi tombado como patrimônio cultural do Estado em 1983 pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac). Eclético e de inspiração clássica, ele foi projetado pelo arquiteto italiano Pietro Campofiorito. A construção, iniciada em 1927, só foi concluída em 1935.

Há 72 anos, a biblioteca funciona no local e conta, de acordo com a diretora Glória Blauth, com um acervo de mais de 80 mil peças entre livros, artigos de jornais, revistas, mapas, coleções, enciclopédias e biografias. Além desse acervo, ela tem ainda uma sala dedicada à história fluminense, onde são encontrados documentos do século XVI, XVII e XVIII, entre eles, um livro com anotações de próprio punho feitas por Dom Pedro I.

No local, que chega a receber 300 pessoas por dia, são realizadas diversas atividades culturais. Uma vez por mês, a biblioteca promove, através do Café Literário Biblioteca Viva e o do Chocolate Literário, lançamentos de livros, exposições, shows, cursos e palestras.

Alem disso, ainda são promovidas visitas mensais de escolas da rede municipal e estadual para que os alunos possam conhecer a história e as instalações do prédio.

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