O presidente da Comissão de Educação da Alerj, deputado Comte Bittencourt, anunciou, durante a audiência pública do Colegiado, hoje (25/11), que oficiará à Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) para que o órgão repasse para o Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj), as verbas referentes ao salário-educação, recebidas do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), previstas na Constituição. Com a medida, o parlamentar pretende garantir o pleno funcionamento dos Centros de Educação de Jovens e Adultos (CEJAs), geridos em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc)
“Proporcionalmente, a rede Ceja teria direito a R$ 31 milhões desse recurso. O que seria mais do que suficiente para atender às demandas atuais das unidades”, afirmou o parlamentar.
Durante o encontro, o presidente do Cecierj, Carlos Bielschowsky, afirmou que os Centros não recebem verba da Seeduc, desde 2016. De acordo com ele, a instituição precisaria de R$ 12 milhões para funcionar normalmente.
“Apesar do estado enfrentar uma grave crise financeira, a Seeduc recebe verba federal para aplicar nas suas unidades. Queríamos que parte desse recurso fosse repassado à rede Ceja. Se tivéssemos um orçamento garantido pela União, não estaríamos enfrentando tantas dificuldades”, afirmou Bielchowisky.
Durante a reunião, Comte ainda reforçou a importância da instituição na oferta do Ensino Fundamental no estado do Rio. Atualmente, 42 mil alunos estão matriculados na rede Ceja, em diversos municípios.
“Esse número representa 7% do total de matrículas ofertadas pela rede pública do estado. Vale também lembrar que, desde 2012, mais de sete mil alunos já se formaram no Ceja. Estamos tratando de um excelente exemplo de política pública de estado que deve ser valorizado”, disse.
Segundo o presidente do Cecierj, a falta de recursos vem afetando o aprendizado dos alunos, de forma gradual e contínua.
“Não conseguimos renovar os contratos de manutenção e merenda das escolas, por exemplo. Muitos têm que estudar com fome ou em um ambiente sujo, pois não temos profissionais de limpeza”, relatou Bielchowisky.
A diretora adjunta do Ceja de Paciência, na Zona Oeste da capital, Luciana Barcelos, também relatou que a falta de docentes é outra demanda enfrentada nas 57 unidades. O que tem impactado, inclusive, no momento de diplomar estudantes da rede.
“Tenho alunos que ainda não conseguiram se formar porque falta professor de química para lecionar a matéria. Eles já cumpriram toda demanda curricular e ainda não conseguiram receber o diploma”, relatou Luciana.
O Ceja conta, atualmente, com 1.150 professores, mas segundo Bielchowisky, ainda é necessária a contratação de mais 49 profissionais.
A subsecretária de Gestão de Pessoas da Seeduc, Cláudia Raybolt, se comprometeu a levar as demandas apresentadas ao secretário da pasta, Wagner Victer.
“Não temos como suprir toda a demanda de docentes da rede, mas priorizaremos os alunos que não conseguem se formar. Vamos observar quais são as unidades em que isso está acontecendo e quais são as disciplinas. Queremos dar o tratamento adequado ao assunto para que esses alunos sejam certificados”, garantiu Cláudia