Site Terra
30/04/2009
O percentual de alunos das escolas municipais em áreas de risco que abandonam os estudos é quase o dobro da média de evasão em toda a rede da prefeitura. Dados da Secretaria Municipal de Educação revelam que 5,06% dos estudantes matriculados nas 150 unidades incluídas no programa Escolas do Amanhã, hoje com 108.832 alunos, deixaram as salas de aula. A média de abandono na rede é de 2,61%.
“Normalmente, a evasão no Ensino Fundamental é baixa porque quem toma a decisão são os pais. Nas Escolas do Amanhã acontece um fenômeno diferente: a própria criança, com 11 ou 12 anos, decide sair para trabalhar em vans ou no tráfico, ou para não fazer nada. E a gente perde essa criança, ela nunca mais volta a estudar. Por isso, a ação nessas escolas é urgente”, reconhece a secretária Cláudia Costin.
Os números não deixam dúvidas de que as escolas localizadas em áreas perigosas devem ser prioridade: 19,2%dos alunos dos 4º, 5º e 6º anos das Escolas do Amanhã são analfabetos funcionais, contra 14,6% do resto da rede.
Para trabalhar com a realfabetização desses e dos outros alunos da rede já foram escolhidos 875 professores, que concluíram ontem o curso de capacitação para as aulas que começam na segunda quinzena de maio. Para as turmas de reforço, a secretaria recebeu a inscrição de 2.594 voluntários, que passarão por triagem e curso.
Outra novidade para pais e alunos será publicada segunda-feira no Diário Oficial do Município. A partir do mês que vem o prazo para entrada no 1º ano do Ensino Fundamental muda. Agora, crianças que completam 6 anos até 30 de junho podem se matricular na rede. Até então, a criança tinha que ter 6 anos até o dia 1º de fevereiro, o que obrigava quem fazia aniversário em março, por exemplo, a ficar mais um ano na pré-escola.
Ontem também foi aprovada na Alerj a Lei de Responsabilidade Educacional, do deputado Comte Bittencourt (PPS), que dá prazo de 120 dias ao fim de cada ano letivo para o governo do estado apresentar relatório anual com todos os indicadores educacionais.
Projeto sugere uso do FGTS para construir creches
Um projeto de lei que está no Senado pode mudar o cenário da Educação Infantil no Brasil, onde apenas 17% das crianças até 6 anos freqüentam creches ou pré-escolas. Sugerido pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pela senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), a criação do Programa Nacional de Educação Infantil (Pronei) propõe a utilização do FGTS para financiar a construção de creches em tempo integral para comunidades de baixa renda.
Os recursos para manutenção e compra de equipamentos viriam do Fundeb. O projeto já recebeu parecer favorável da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Na terça-feira, a campanha de apoio ao Pronei será lançada no Rio, no Morro Santa Marta, com presenças dos ministros da Educação e da Saúde.