O futuro dos trabalhos das pesquisas da Coppe, instituto de engenharia ligado à UFRJ, foi o assunto debatido hoje (19/06), na audiência da Comissão de Educação, presidida pelo deputado Comte Bittencourt (PPS), que está preocupado, já que a Controladoria Geral da União (CGU) e a Advocacia Geral da União (AGU) querem que seja alterado o percurso das verbas encaminhadas à instituição pela iniciativa privada. Atualmente, empresas conveniadas mandam o dinheiro para a Coopetec, fundação vinculada à Coppe, mas a CGU insiste que os recursos têm que passar primeiro pelo orçamento da União. ”Não somos contra o controle , a transparência e a boa aplicação dos recursos públicos, mas esses órgãos devem entender que as instituições de pesquisa, da tecnologia e da inovação também recebem recursos de empresas, devido à uma parceria público/privada”, explicou o parlamentar. Comte acredita que a solução pode vir através da autonomia financeira da Coppe.
Segundo o relato da chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade Federal do Rio (UFRJ), Ângela Uller, a Coppe/UFRJ tem 300 projetos em desenvolvimento que correm o risco de ficarem paralisados caso os recursos não cheguem.
“A academia sempre esteve ligada às empresas, pois são espaços onde há operários, máquinas e produção, por exemplo, mecanismos diretos de contato com a sociedade. Por isso, é fundamental que continue a parceria e a entrada dos recursos diretos para a Coppe”, desabafou o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli.
O Presidente da OAB-RJ, Doutor Felipe Santa Cruz, parabenizou a iniciativa dos deputados e informou que está levando essa situação da Coppe à OAB Federal.
A deputada Clarissa Garotinho (PR) disse que vai elaborar um projeto de lei, em parceria com Comte, que torne a Coppe UFRJ um patrimônio imaterial do estado do Rio pelo seu modelo de gestão. “É um gesto político de reconhecimento e demonstração de apoio à entidade, e contra as amarras que travam o processo de livre pesquisa no âmbito acadêmico. Defendemos a pesquisa universitária para o progresso, a soberania e o desenvolvimento do Brasil”, finalizou.
“Essa reunião serviu para abrir o debate sobre a instituição e suas formas de captação de verbas para o desenvolvimento de pesquisa”, comentou o deputado Comte Bittencourt (PPS).
Também estavam presentes na reunião os deputados membros da Comissão; o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Jânio Mendes (PDT), o conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Nemer; Marcelo Miranda representante do deputado federal Jorge Bittar e o presidente da Rede de Tecnologia do Rio, Paulo Alcântara, além de professores, funcionários e alunos da UFRJ.