Professores do ensino superior reclamam de salários na Comissão de Educação

As reclamações salariais marcaram a audiência pública da Comissão de Educação da Alerj, realizada hoje para que representantes das universidades estaduais apresentassem as demandas orçamentárias das instituições de ensino superior. Os professores reclamaram dos níveis salariais do estado, segundo eles bastante inferior dos rendimentos dos docentes das universidades federais. O deputado Comte Bittencourt (PPS), que presidiu a sessão, se comprometeu a realizar uma reunião pública conjunta com a Comissão de Orçamento e Finanças da Alerj para discutir emendas destinando mais verbas para as universidades.

O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Luis Passoni, disse que cada vez é mais difícil repor quadros na instituição, que oferece um salário inicial de R$ 6,7 mil para professores doutores em regime de dedicação exclusiva, enquanto as federais pagam R$ 8,6 mil. “O Estado do Rio, que tem o segundo maior PIB do país, devia se envergonhar de pagar salários menores do que os do Piauí e Maranhão, estados muito mais pobres”, disse o professor, lembrando que a UENF está entre as 20 melhores universidades do país, sendo aplaudido pela audiência.

– Porque o governo maltrata a UENF negando o reajuste a seu plano de dedicação exclusiva? A universidade está entre uma das 20 melhores do país. Como pode o orçamento de custeio ser reduzido de um para o outro? O bandejão da UENF não está pronto até hoje. Ele é essencial, já que ela fica fora do centro do Campus. E a UERJ, que está sucumbindo na sua estrutura física? E o governo ainda manda um orçamento de custeio para 2014 inferior ao orçamento de executado em 2012. Isso não pode, protestou Comte, se comprometendo a lutar pelas emendas para aumentar as verbas destinadas ao custeio, ajuda de custos para os alunos cotistas e ao aumento do salário dos professores.

O diálogo com o governo também foi reclamado pelos professores. O presidente da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Bruno Deusdará, disse que, apesar das promessas do secretário de Ciência e Tecnologia, Gustavo Tutuca, até agora não foram abertas negociações com a categoria. “Um professor doutor ganha na UERJ um salário inicial de R$ 5,4 mil e um procurador de Justiça do Estado, que só precisa ter graduação e três anos de experiência, começa ganhando 17,9 mil. Isto mostra que a educação não é uma prioridade para este governo”, disse o professor.

As audiências são uma rotina mantida há anos por Comte, à frente da presidência da comissão, para ouvir as demandas das universidades e elaborar com elas emendas ao Orçamento do Estado.

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