O Fluminense
O secretário estadual de Educação, Nelson Maculan, esteve na última audiência pública realizada pela Comissão de Educação da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) em 2007, ontem, e ouviu mães de alunos do ensino infantil denunciarem que não estão conseguindo renovar a matrícula de seus filhos nos institutos de educação mantidos pelo Estado.
Para o presidente da comissão, deputado Comte Bittencourt (PPS), a secretaria não pode deixar de oferecer vagas, mesmo com o processo de municipalização do ensino infantil em andamento. “Solicitei ao secretário que interfira nesta situação e libere a renovação de matrícula”, disse o parlamentar.
Maculan garantiu que todas as crianças já matriculadas não perderão suas vagas. “Não tinha conhecimento do que vinha ocorrendo. A inscrição de novos alunos fica complicada, mas quem já freqüenta os institutos continuará com um lugar para estudar”, garantiu o secretário.Muitas mães que trouxeram seus filhos para o encontro confirmaram que, se realmente alguns institutos estaduais de ensino infantil fecharem as portas, elas não terão para onde levar seus filhos.
O secretário, por sua vez, fez um balanço positivo da atuação da secretaria em 2007, ano que, segundo ele, foi fundamental para ajustar antigos problemas enfrentados. “Pagamos dívidas de governos anteriores, recuperamos a estrutura das escolas, realizamos o Plano Estadual de Educação (PEE) e reabrimos muitos laboratórios de informática. Temos ainda muitas dificuldades, mas acredito que foi um bom começo para a Educação no Estado”, apontou.
Sobre a contratação de professores, Maculan adiantou que 8 mil profissionais serão chamados em 2008. “Vamos contratar parte dos aprovados no concurso realizado em 2004. O restante das vagas será preenchido pelos professores que passarem na prova do próximo dia 20 de janeiro. Ainda vamos manter 2.500 professores temporários e 15 mil que contam com a Gratificação por Lotação Prioritária (GLP)”, esclareceu.
Reformas – Durante o encontro, o secretário revelou ainda que foram realizadas 80 obras de grande porte pela Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop). “Vamos construir mais escolas no próximo ano. Na Ilha do Governador (Zona Norte do Rio) só temos duas escolas para toda a população estudantil. Vamos buscar mais recursos para a realização de obras para alcançarmos a meta de 250 escolas em tempo integral”, disse. A inclusão digital também foi tema de debate. Ao ser questionado pelo deputado estadual Paulo Ramos (PDT) sobre a situação da informática nas escolas, Maculan explicou que a secretaria liberou recursos para todos os colégios montarem a estrutura necessária para receber computadores.
“Estamos capacitando voluntários para dar aulas e, assim, liberar os professores para o ensino na sala de aula. Ainda pretendemos implantar a conexão de internet banda larga em todas as escolas do Estado”, contou. Ele aproveitou para anunciar que 30 mil laptops, comprados pelo total de R$ 60 milhões, serão cedidos aos professores a partir de janeiro. A informação revoltou o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ). Para a diretora do sindicato, Beatriz Lugão, esse dinheiro seria ideal para o pagamento dos professores. “Queremos que a secretaria pague as dívidas que tem com os profissionais de Educação. Os laptops são bem-vindos, mas não é a nossa necessidade atual”, frisou.