A Comissão de Educação da Alerj realizou, hoje (1/04), a primeira diligência do ano no Cap-UERJ para discutir com a direção e representantes dos docentes, pais e alunos a fim de encontrar a forma mais breve para que as crianças e os adolescentes da instituição voltem às salas de aula e que a unidade restabeleça, de forma plena, seu funcionamento. O principal objetivo do colegiado, sob a presidência do deputado Comte Bittencourt, é acelerar o processo de contratação dos 30 professores que já foram aprovados no último concurso e estão em plena condição de serem incorporados. Durante o encontro, que também contou com a presença do Ministério Público, o parlamentar enalteceu a importância do colégio como uma unidade acadêmica.
“Firmamos nessa reunião, o compromisso do Legislativo com essa instituição. Não se trata apenas de questão de falta de professores e carga horária. Manter o debate neste nível é minimizar a situação. É fundamental garantir a continuidade do tripé do ensino, com pesquisa e extensão, além da qualidade da licenciatura dos novos docentes que realizam estágio na instituição. Esse é um ambiente muito mais amplo. O que temos aqui não é apenas um colégio e sim uma unidade acadêmica. Estamos trabalhando para que esta instituição continue a ser uma referência quando se fala em educação, não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo país”, explica Comte.
Representante da associação de pais de alunos, Helena Medeiros, se mostrou preocupada com a morosidade da reitoria na contratação dos 30 professores já aprovados no último concurso e com a descontinuidade das aulas em diversos seguimentos, que comprometeria o projeto pedagógico da escola.
“Além do fato de não terem sido efetivados os docentes aprovados no concurso de 2014, um outro está previsto para agosto, o que é um grande absurdo, pois esses docentes não poderão ser incorporados neste ano letivo. É necessário o preenchimento de vagas respeitando o quantitativo necessário para garantir que o CAp continue sendo uma instituição de excelência”, disse Helena.
Bruno Deusdará, presidente da ASDUERJ, acredita que o colégio de aplicação foi prejudicado com a descontinuidade dos contratos temporários determinado pela Justiça no ano passado.
“Na minha opinião, os contratos de professores temporários deveriam ter sido mantidos até que fossem realizadas contratações de novos professores. Se isso tivesse acontecido, o início do ano letivo teria sido garantido”, explica Deusdará.
Atualmente, a instituição está sem professores de reforço escolar, e crianças com necessidades especiais perderam a equipe de pedagogos especializados. Alunos do 1º e do 2º ano do ensino médio devem regressar à escola no próximo dia 7 de abril, enquanto o grupo do 6º ao 9º ano do fundamental voltarão no dia 13. No entanto, cabe ressaltar que, desde fevereiro, houve quatro adiamentos no cronograma. Mesmo quando todos os 1,7 mil alunos estiverem em sala, nenhum deles terá a grade de disciplinas completa. Educação física, com apenas quatro docentes, e matemática, com oito, estão entre as mais desfalcadas.