Projeto do Município prevê a abertura do cartão-postal para visitação
ILHA da Boa Viagem: reforma para receber turistas e espaço para escoteiros
O Globo Niterói
Eduardo Zobaran
eduardo.zobaran@oglobo.com.br
Um projeto para dar nova vida à Ilha de Boa Viagem vai, finalmente, sair do papel. A prefeitura de Niterói entrou em acordo com a União e ganhou a cessão para a administrar o cartão-postal, atualmente gerido pela Marinha. O acordo, que exige a aprovação do Serviço de Patrimônio da União, permitirá a abertura da ilha ao público e garantirá a manutenção das atividades dos escoteiros no local. Ainda não selada oficialmente, a negociação está sendo “detalhada minuciosamente”, como afirma, em nota, a prefeitura.
— O entendimento é uma vitória para o bem público de Niterói. A Ilha de Boa Viagem tem um fator histórico muito importante para a cidade —, ressalta o deputado estadual Comte Bittencourt, que mediou o acordo. O parlamentar destaca ainda o benefício para os escoteiros, que receberão um centro no local.
O secretário municipal de Cultura, Cláudio Valério, diz que a revitalização da ilha é um sonho antigo do prefeito Jorge Roberto Silveira, retomado no início do ano passado. O Núcleo de Conservação da secretaria já trabalha em um projeto para o local, que terá como principal preocupação preservar a ilha.
— A igreja da ilha deve ser restaurada, assim com as demais construções. A maior atenção, no entanto, será para a preservação das formas originais da ilha, que foi gravada pelos mais importantes pintores que passaram pela Baía de Guanabara — explica o secretário, que já imagina uma exposição de pinturas feitas do local.
Depois da oficialização do acordo, o projeto será encaminhado para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As obras previstas pela prefeitura, como a instalação de nova iluminação no local, só poderão começar após a aprovação do órgão.
A Igreja de Nossa Senhora de Boa Viagem, fundada no século XVII também passará por reformas. A construção, conta o secretário, já foi destruída pelo fogo algumas vezes e reconstruída. Segundo ele, outra reforma do monumento, hoje utilizado como base para escoteiros, deve ser adaptada para atender aos visitantes.
Antes do acordo, prefeitura e União dos Escoteiros do Brasil (UEB) entraram em conflito quando os escoteiros anunciaram a assinatura de um contrato com a iniciativa privada que previa um projeto de reurbanização da ilha, a instalação de um teleférico e a construção de uma marina. Desde o ano passado, o Iphan havia liberado R$100 mil para iniciar as obras de caráter emergencial na ilha, o que ainda não aconteceu.