A Comissão de Educação da Alerj intermediou a liberação de R$ 1,5 milhão para a UEZO, evitando que a universidade feche as suas portas, no próximo dia 1º de maio. A demanda urgente foi levada pela comunidade acadêmica durante a audiência pública que aconteceu hoje, dia 20/4. O Parlamento firmou o compromisso de doar do próprio orçamento a quantia necessária para socorrer emergencialmente a instituição.
O reitor da Universidade Estadual da Zona Oeste, Alex da Silva Siqueira, informou que o aporte financeiro é imprescindível para que as instalações da instituição continuem abertas.
“Se a verba não chegasse até o dia 1º de maio teríamos que fechar as portas. Não conseguiríamos pagar os seguranças do campus e perderíamos até a ronda que ainda é feita no local. Estamos muito felizes e gratos que parte dessa luta foi conquistada hoje. Mas ainda temos muito a fazer”, comemorou o reitor.
Outra demanda apresentada pelos professores da instituição foi em relação à falta de Plano de Cargos, Carreiras e Salários na universidade. O presidente do colegiado, deputado Comte Bittencourt, se comprometeu a realizar nova audiência pública, em maio, para que os professores da Uezo apresentem a minuta do projeto. Para o encontro, serão convidados representantes da Secretarias de Estado de Planejamento (Seplag) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).
“Esse plano é emergencial e necessário. É importante que o Parlamento participe como interlocutor entre a universidade e o Executivo com o objetivo de garantir melhorias para a instituição. A Uezo é uma universidade estratégica para região, principalmente para garantir a formação de profissionais que serão absorvidos por indústrias que atuam no estado, contribuindo para o arranjo econômico do Rio de Janeiro”, destacou o parlamentar.
O número de docentes na universidade também diminuiu nos últimos dois anos, afirmou o reitor. A Uezo já perdeu cerca de 60% do quadro de professores temporários com o término dos contratos e com a migração desses profissionais para outras instituições.
“Não conseguimos recompor essa perda e nenhum curso tem o quadro completo de docentes desde 2014”, informou o reitor.
Para o deputado Comte, a solução desse problema estaria na realização de novos concursos, o mais breve possível.
“Atualmente, estão matriculados mais de 2 mil alunos na universidade que dependem desses professores para concluir seus estudos. É urgente que se façam certames para garantir a formação desses jovens”, defendeu Comte.
A professora Luanda Silva de Moraes, explicou que os salários dos servidores da Uezo são 90% menores do que os da Uerj. Segundo ela, esse fato contribui para a saída dos docentes da Universidade da Zona Oeste.
“Para mudarmos esse cenário seria preciso igualar os salários dos servidores da Uezo com as demais universidades do estado. Não faz sentido ganharmos menos que outros profissionais que exercem a mesma função. É preciso corrigir essa injustiça”, disse Luanda.
Restaurante, bibliotecas e áreas administrativas não estão funcionando por falta de servidores, lembrou a professora Vânia Lúcia Muniz, que faz parte do reduzido quadro efetivo de docentes, composto por 98 profissionais.
“A Zona Oeste está ficando cada dia mais esquecida. Não recebemos investimento há muitos anos e o pouco que tínhamos está ficando ainda mais escasso”, desabafou.