A importância das Faerterjs no cenário da Educação Superior fluminense e os decretos publicados pelo Executivo que unificam a gestão de oito unidades da fundação com CVTs e Escolas Técnicas foram debatidos, hoje (24/02), na audiência pública da Comissão de Educação da Alerj. A reunião do colegiado, presidido pelo deputado Comte Bittencourt, contou com a presença do presidente da Faetec, Wagner Victer, diretores das instituições, e representantes do Sindpefaetec, além de alunos.
Durante o encontro, o deputado Comte demonstrou sua preocupação com a iniciativa do Executivo, principalmente, no que diz respeito à manutenção da simbologia alcançada pela nomenclatura Faeterj, à permanência do processo consultivo na escolha dos diretores das unidades, assim como garantir que professores concursados para ensino superior não sejam deslocados para as salas de aula do nível médio.
“Em 2015, tivemos uma grande conquista para a Educação Fluminense quando definimos o papel das Faeterjs no Plano Estadual de Educação e não podemos enfraquecer essas instituições que são responsáveis por manter um programa de formação profissional capaz de sustentar os arranjos de desenvolvimento econômico e social do estado”, explicou Comte, que assegurou ainda, que “a instituição tem a importante missão de ofertar o ensino superior no âmbito tecnológico e de formar docentes em todo o Rio de Janeiro.”
O presidente da Faetec, entidade mantenedora da rede, Wagner Victer, defendeu a unificação da gestão afirmando que a otimização da administração atenderá melhor os alunos e que cursos e conselhos não seriam extintos.
“Acredito que deva existir sinergia entre os cursos técnicos e superiores. Defendo que os dois segmentos sejam mais integrados. Inclusive com a possibilidade de professores do nível superior ministrando aulas no médio, uma vez que a remuneração é a mesma para ambos os profissionais”, defendeu Victer.
A legalidade da unificação também foi levantada durante o encontro por representantes dos docentes da fundação. O presidente do Conselho Estadual de Educação, Luiz Henrique Mansur, explicou que a Faetec submeteu ao órgão a aprovação da iniciativa, porém é necessário que as estruturas organizacionais das novas instituições passem pelo crivo do CEE.
“Acreditamos na otimização trazida pela unificação, mas não podemos esquecer que as questões burocráticas que envolvem a organização dessas novas estruturas devem ser tratadas o mais brevemente possível”, esclareceu Mansur.
Apesar de favorável ao novo modelo de gestão, o coordenador do Sindpefaetec Marcos Freitas afirmou que é contra a indicação de novos diretores, em detrimento dos já eleitos pela comunidade acadêmica. O sindicalista denunciou, ainda, o cancelamento, pela direção da Faetec, de novas matrículas em cursos com baixa procura na unidade de Paracambi.
“Não é aceitável que, de forma antidemocrática, diretores eleitos tenham que abandonar as suas gestões para dar lugar a outros indicados pela direção da Faetec. Acredito que os CVT’s estão sendo mais valorizados que o ensino superior, o que pode culminar no enfraquecimento deste segmento na rede”, defendeu Freitas.