Opinião O Dia
Rio – O Instituto de Educação do Estado do Rio de Janeiro, criado por Dom Pedro II e reverenciado na minissérie de TV “Anos Dourados”, está passando por um período de incertezas que nos deixa muito preocupados quanto ao seu destino. São 128 anos de tradição ligados à história da formação de educadores brasileiros, que não podem ficar só na lembrança.
A transferência do Instituto, em 1997, do âmbito da Secretaria de Educação para a Faetec (ensino técnico), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, foi o principal passo para transformá-lo em uma Torre de Babel. A partir daí, o reconhecido centro de formação de professores passou a ter sua trajetória de tantas glórias desvirtuada. A Faetec não conseguiu nem sequer oferecer os certificados dos alunos matriculados no curso normal superior.
Neste momento, em que a Secretaria de Ciência e Tecnologia estabelece como política a transferência para a Uerj e a Uenf dos cursos superiores de educação — entre eles o ministrado no Instituto —, surge uma ótima oportunidade para que o governador venha a recompor parte da esvaziada educação fluminense. E a grande decisão é: o Instituto de Educação tem que voltar para a pasta da qual nunca deveria ter saído, que é a Secretaria de Estado de Educação.
Devolver o Instituto à Secretaria de Educação é recuperar seu papel como um dos principais equipamentos públicos da história da educação brasileira. Por que não transformá-lo em um centro de referência para formar educadores – não somente os professores pertencentes à rede estadual, mas os das 92 redes municipais do estado? Assim, o governador poderia comprovar que a educação é realmente uma das prioridades da sua administração.