A Comissão de Educação da Alerj fez, nesta quarta-feira (10/06), audiência pública na Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna para debater o Projeto Político Pedagógico norteador da unidade, que pertence ao quadro da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica). No encontro, o deputado Comte Bittencourt cobrou que a fundação apresente até o fim deste mês um calendário de obras de recuperação da infraestrutura do local, assim como a solução para a contratação, em caráter emergencial, de professores para disciplinas que foram suspensas por falta de profissionais. O parlamentar, que preside o colegiado, também firmou junto à comunidade acadêmica seu compromisso de continuar lutando pela extinção da taxa de inscrição para o processo de admissão de alunos.
O deputado enfatizou a necessidade da gestão da Martins Penna ser feita de forma compartilhada com a Secretaria de Cultura e, também, reforçou a importância da unidade se articular e buscar parcerias com outras instituições do estado, como as Bibliotecas Parque.
“A falta de diálogo entre a Secretaria de Estado de Cultura e a Faetec é bastante preocupante. É necessária, pela natureza dessa escola, a participação mais efetiva da SEC, que conta, inclusive, com equipamentos como o Theatro Municipal em sua pasta, o que pode ser de grande valia para a Martins Penna. É preciso um entrosamento maior e mais efetivo. A comissão está à disposição de toda comunidade acadêmica e continuará como um instrumento de pressão, além de servir como um canal de diálogo permanente com a fundação” afirmou Comte.
Contrária à continuidade da Martins Penna na Faetec, Ana Cândida Moura, Chefe de Gabinete da Secretaria de Cultura, defendeu que é preciso aprofundar o debate sobre a escola, pois a mesma está mais próxima da realidade de outras instituições administradas pela secretaria, como a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, referência de ensino no país.
“A Martins Penna é de vital importância para o cenário cultural da cidade. O ideal seria que a escola estivesse na nossa pasta, mas sendo administrada pela Faetec, nos cabe estabelecer uma parceria para colaborar no que for possível. Acredito que uma boa solução para trazer os equipamentos necessários a uma escola de teatro seria o estabelecimento de Parcerias Público-Privadas”, explicou Ana.
Fundada em 1908 por Coelho Neto, a instituição funcionou primeiro no Theatro Municipal, com professores da Academia Brasileira de Letras. Passou por sedes provisórias, como o Teatro João Caetano, até chegar, em 1950, à atual, na Rua Vinte de Abril, no Centro — onde fica a casa tombada em que nasceu o Barão do Rio Branco.
Pela Martins Penna, passaram professores como Cecília Meireles e Fernando Pamplona. Artistas, como José Wilker, a dirigiram. E nela se formaram atores como Procópio Ferreira, Tereza Rachel e Denise Fraga. Única grande escola de teatro gratuita no Rio, atualmente a unidade tem cerca de 150 alunos que passam por concorridas seleções semestrais, além de 50 em cursos livres.
Além da Secretaria de Cultura e da Faetec, estiveram presentes representantes do Theatro Municipal, do Diretório Central dos Estudantes, da direção da instituição e professores.