Comte cobra da EJA medidas para atrair aluno para a escola

O deputado Comte Bittencourt (PPS), presidente da Comissão de Educação da Alerj, cobrou ontem dos coordenadores da Educação de Jovens e Adultos (EJA) o esforço da Secretaria Estadual de Educação (SEEDUC) para trazer de volta para a escola jovens e adultos que não concluíram a escolaridade. Comte lembrou que a média de anos de estudo da população fluminense em idade produtiva é de sete anos, menos do que os nove anos do ensino fundamental.

– O Estado tem uma dívida enorme com uma parcela expressiva da população que tem que ser resgatada. O Governo Cabral, no entanto, não parece sensível a este problema. Em vez de ampliar sua rede de ensino, esta gestão decidiu fechar escolas. Já são mais de 200 unidades fechadas, sendo que a maioria delas servia à clientela da EJA. Isso se reflete na redução de 50% das matrículas da EJA, registrada nesta gestão – disse Comte.

O deputado criticou ainda a falta de investimento em novas unidades de ensino que ofereçam o ensino fundamental e médio, permitindo que jovens que estejam atrasados na relação idade-série possam se manter na escola regular e não tenham, como hoje, a EJA como a única opção de ensino. A coordenadora da EJA, Rosane Mendes, admitiu que o descompasso idade-série é um problema a ser enfrentado no estado. Ela disse que no ensino médio o problema é ainda maior.

– Há estudos que mostram que apenas 25% da população brasileira em idade de cursar o ensino médio estão matriculadas neste segmento – disse Rosane.

O fato de o descompasso idade-série ser maior no ensino médio justificou, segundo Rosane Mendes, que a Nova EJA, que traz mudanças no currículo do curso, tenha sido implantado inicialmente apenas no ensino médio. A secretaria começa a estudar, em conjunto com a Fundação Cecierj, mudanças para o ensino fundamental da EJA. A coordenadora, no entanto, disse que dados da SEEDUC mostram que o desempenho escolar dos alunos da EJA melhorou, o que cria condições para o aumento da permanência na escola.

Comte cobrou a divulgação destes dados e lembrou que o site da SEEDUC tem várias áreas protegidas por senha, impedindo a livre navegação.

– Aproveito para pedir publicamente que a SEEDUC dê acesso a estas áreas aos deputados da Comissão de Educação. Nós temos tido muitas dificuldades para acessar informações importantes, como a evolução dos resultados do SAERJ (Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro), que é anual, e do SAERJINHO, bimestral – disse Comte.

O acesso às informações foi cobrado também por representantes do SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), que estiveram na audiência.

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