Diário de Petrópolis On Line
O Plano Estadual de Educação (PEE), aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio em dezembro de 2009 e transformado em lei pelo governador Sérgio Cabral, conta com um total de 134 metas para o desenvolvimento do setor, e, dentre elas, sete tratam da educação inclusiva. Por conta disso, a Comissão de Educação da Alerj resolveu debater este tema em uma audiência nesta quarta-feira (17/03). “Esse é um debate muito importante, mas que acontece tardiamente na sociedade brasileira. A escola precisa ser para todos. Esse é o papel da Educação e das políticas educacionais no estado. É o primeiro debate depois da aprovação do PEE e essa discussão vai instigar a Assembleia a aprofundar sua reflexão sobre as ações inclusivas. Precisamos cobrar do Executivo, políticas mais efetivas que possam dar ao sistema estadual a capacidade de receber todos na escola”, comentou o presidente do colegiado, deputado Comte Bittencourt (PPS).
Sonora do deputado Comte Bittencourt (PPS): http://alerj.posterous.com/deputado-comte-bittencourt-pps-fala-sobre-a-i
A coordenadora de Educação Especial da Secretaria de Estado de Educação, Roseni Silvado Cardoso, esteve presente no encontro e apresentou números de um levantamento feito em 2009. De acordo com a pesquisa, são 5.619 alunos especiais no estado, sendo que 2.724 estão incluídos no sistema padrão de ensino e 2.895 jovens frequentam as escolas especiais. “Nossa maior preocupação é com a formação do professor. Tivemos cursos de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais), sorobã (sistema de cálculo para deficientes visuais) e fóruns de políticas de inclusão, além de palestras e seminários. Só assim podemos acabar com a barreira que existe entre alguns professores e esses alunos”, comentou a professora Roseni. Ela disse que o estado possui, dentre outros, 509 alunos com deficiências auditivas, 285 com algum tipo de deficiência mental, 502 com algum grau de deficiência visual e 247 com deficiências múltiplas. “Além disso, o Rio conta ainda com mais de 365 alunos com altas habilidades, ou seja, superdotados que também precisam de acompanhamento”, completou a coordenadora.
A maioria dos presentes no encontro apoiou a intenção do Governo de realizar a inclusão dos alunos especiais na rede pública através de escolas tradicionais. Contudo, o deputado Rodrigo Dantas (DEM), membro efetivo da comissão, defendeu o direito de cada família poder escolher o que será melhor para os seus filhos, tendo como opção também as escolas especiais. “Querem antagonizar a escola inclusiva com as escolas especiais e vejo isso como um erro. Acredito que seja um direito da família poder escolher. O estado não tem o direito de retirar essa opção. Quantas escolas de fato podem receber esses alunos? Precisamos respeitar a existência dos dois modelos”, advertiu o democrata. O presidente da comissão anunciou que voltará a debater esse tema em uma próxima audiência. Também estiveram presentes ao encontro representantes das secretarias municipais de Niterói, do Rio de Janeiro e de Volta Redonda.