Marcelo Auler
O Diário de Cuiabá
Na próxima terça-feira, o corregedor da Assembléia Legislativa do Rio, deputado Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB), entregará à Mesa Diretora da Alerj o relatório, “conciso, mas robusto”, no qual ele e o corregedor adjunto, deputado Comte Bittencourt (PPS) proporão à Casa a cassação, por falta de decoro, do deputado e ex-chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins (PMDB). O relatório será apreciado pela Mesa, que decidirá se encaminha ou não ao Conselho de Ética para instauração de processo contra o deputado. Caberá ao plenário, em votação secreta, definir o futuro de Álvaro Lins.
ESCLARECIMENTOS
Ontem, durante duas horas, Lins prestou esclarecimentos ao corregedor e seu adjunto, mas não conseguiu modificar o convencimento de ambos de que “em fatos pretéritos e presentes o deputado faltou com o decoro parlamentar”. Um dos exemplos citados por Correa foi a contratação de diversos envolvidos no inquérito da Polícia Federal para Assembléia como assessores de Lins e ali permaneceram mesmo depois de indiciados.
A lista de pessoas empregadas é grande. Foram citados, por exemplo, o delegado de polícia Luiz Carlos dos Santos, chefe de gabinete até segunda-feira, e a ex-mulher de Lins, Luciana Gouveia dos Santos, que estava empregada na TV Alerj e também foi demitida. Além deles, estava trabalhando a ex-mulher do sogro do deputado, Vanda de Oliveira Bullos. O delegado Santos foi denunciado por corrupção e formação de quadrilha. A duas mulheres responderão por lavagem de dinheiro. Lins mantinha ainda no gabinete outras pessoas que de alguma forma apareceram na investigação, como o assessor Alexandre Alves de Souza Vieira, o Tande, que aparece em diversos grampos feitos pela Polícia Federal, “algumas conversas até deprimentes”, segundo Correa. O corregedor lembrou que, depois de eleito, e antes de diplomado como deputado, Lins continuou mantendo “conversas escusas”, como mostram os grampos feitos pela polícia.