Melhorar os resultados nas Olimpíadas pode estar ligado à prática da educação física na escola. Os países que tiveram resultado exitoso investem no esporte desde os primeiros anos da atividade educacional, oferecendo espaços e profissionais habilitados. Eles têm estruturas mínimas para que as aulas de educação física sejam dadas, não só para cumprir o seu papel na formação dos alunos, mas para despertar valores na atividade esportiva. Conquistamos nessas Olimpíadas 17 medalhas e o maior investimento do governo na história: cada vitória inflacionou em 54,3% e chegou a mais de R$ 123 milhões, mas, não podemos negar o esforço e o mérito dos nossos atletas.
O Rio vai sediar a Copa em 2014, as Olimpíadas em 2016 e as escolas da rede estadual não tem espaço apropriado e material para a prática esportiva. Não há uma política continuada. As escolas, quando muito, possuem quadras, espaços limitadores de oferta de diferentes modalidades. Nossa política de esporte precisa integrar-se à educacional! É no colégio que a criança descobre sua habilidade e sua aptidão. Temos 1358 escolas com apenas um tempo de aula de educação física, por semana, que duram 50 minutos e mais de 1 milhão de alunos. O último concurso do Estado para esses professores foi no final de 2011 e ofereceu apenas vagas no cadastro reserva.
Milhões de jovens frequentam a educação básica. Quantos talentos surgiriam, se tivessem acesso, no ensino público, a uma infraestrutura e orientação sistemática?
Na Inglaterra, o terceiro país no quadro de medalhas, há projetos permanentes na educação de prática esportiva e um planejamento adequado para os atletas. Se não alterarmos esse cenário o Brasil vai continuar investindo alguns bons bilhões de reais para um resultado de medalhas pífio e que poderia ser bem melhor.
Comte Bittencourt é deputado estadual e Presidente da Comissão de Educação da Alerj