Ensino a distância preocupa Comissão de Educação da Alerj

educacao_geral_er_01_04_09_new01/04/2009

Em audiência pública realizada hoje (1/4), na Alerj, a Comissão de Educação , presidida pelo deputado Comte Bittencourt (PPS), discutiu os pontos positivos e negativos do ensino a distância, com foco nas instituições de ensino do estado do Rio. Comte demonstrou preocupação com a formação educacional das futuras gerações de estudantes, já que o ensino a distância é um dos principais responsáveis pelo crescimento de matrículas no Brasil nos últimos anos.
“É preciso que as instituições que oferecem esse tipo de ensino sejam fiscalizadas e trabalhem de forma séria, para que os alunos tenham uma boa formação”, afirmou Comte Bittencourt. O deputado cobrou dos representantes do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e do Centro de Educação a Distância do Estado do Rio (Cecierj/Cederj) uma fiscalização rigorosa nos pólos de ensino. “A penalidade para quem vende uma falsa expectativa para os alunos dos cursos a distância não deve ser modesta, e sim muito rigorosa e nada complacente”, completou Comte.
A desvalorização dos professores, a falta de convívio dos alunos com os mestres, e a utilização de novas tecnologias no ensino a distância foram outros temas de grande preocupação por parte da Comissão de Educação. “O medo de que a mecanização da educação nivelasse por baixo o ensino no Brasil não tem mais fundamento. É claro que existem problemas, mas é preciso que possamos trazer a tecnologia para a educação. Não como fim, mas como meio”, disse Maria Suely Berto, coordenadora-geral de Regulação em Educação a Distância, da Secretaria de Educação a Distância do MEC.
Segundo dados do MEC, há hoje cerca de 760 mil alunos matriculados em cursos de graduação a distância no país e 109 instituições que oferecem esses cursos. “Com a criação recente do Termo de Saneamento, qualquer pólo que esteja funcionando ou oferecendo ensino de forma precária receberá advertência ou poderá até ser descredenciado”, explicou Maria Suely. Do total de instituições credenciadas, apenas oito são responsáveis pela matrícula de 378 mil alunos. “Esses oito pólos já estão passando por uma supervisão do MEC”, assegurou a professora Maria Suely.
Diretora da Fundação Cecierj/Cederj, a professora Margarete Valverde de Macedo defendeu o ensino a distância. “Temos visto resultados muito positivos em vários municípios do estado. O aluno que faz o curso a distância tem a oportunidade de permanecer na sua própria cidade e contribuir para o seu crescimento. Muitos até se tornam tutores no interior do estado, depois que concluem os cursos de graduação”, disse Margarete. A professora Lana Barcelos, coordenadora do Curso de Educação a Distância da Unicarioca, apresentou um pouco da experiência do projeto na universidade, onde ainda não há um curso que seja totalmente a distância. “A experiência não é fácil, como muitos acham. Exige que o aluno aprenda a se organizar e construa o seu próprio conhecimento”, disse.
Ao fim da audiência, o deputado Marcelo Freixo (Psol) lembrou novamente a necessidade da valorização dos profissionais de ensino. “Não há lugar no mundo onde há educação de qualidade sem a valorização dos profissionais da área. Infelizmente, muito do ensino a distância tem como objetivo reduzir o número de professores em sala de aula e fazer com que recebam menos”, afirmou o deputado. Participaram também da reunião desta quarta-feira a vice-presidente da Comissão de Educação, Aparecida Gama (PMDB), e os deputados Paulo Ramos (PDT) e Nelson Gonçalves (PMDB), além da coordenadora da União dos Professores Públicos do estado (Uppes), Maria Lúcia Sardenberg.

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