17/03/2009
O deputado estadual Comte Bittencourt (PPS) está encaminhando hoje (17/3) requerimento ao governador do estado, Sérgio Cabral, solicitando o detalhamento dos investimentos da Cedae, no município de Rio das Ostras, desde 2003. O deputado quer saber quanto foi arrecadado e quanto foi investido pelo órgão, ano a ano, na cidade. A medida foi anunciada depois que o abastecimento de água no município foi agravado devido a problemas na Estação de Captação de Bicuda Grande. Segundo a assessoria de comunicação de Rio das Ostras, as bombas que compõem o sistema de abastecimento estão desgastadas há tempos, devido à falta de manutenção da Cedae, e precisam ser trocadas urgentemente.
“Por conta deste problema, a situação na cidade é caótica desde a semana passada. Escolas, hospitais e postos de saúde estão funcionando de maneira precária”, afirmou Comte Bittencourt. Por isso, a prefeitura de Rio das Ostras tem que abastecer os prédios públicos e de atendimento à população, diariamente, por meio de caminhões-pipa, comprados em cidades vizinhas. Hoje, por exemplo, o posto de saúde do bairro de Operário não funcionou.
Nas escolas da rede municipal, a situação também é muito ruim. As aulas estão garantidas até amanhã (quarta-feira). Depois disso, a prefeitura decidirá o que fazer e se será necessário realizar um revezamento para não prejudicar alunos de algumas unidades específicas, como ocorreu na semana passada. Ainda há a possibilidade de 20 mil alunos, das 38 escolas da rede municipal, ficarem sem aulas.
De acordo com dados do Siafem (Sistema de Acompanhamento Financeiro dos Estados e Municípios), a Cedae arrecadou, em 2008, um total de R$ 2.521.668.076,57, tendo uma despesa de R$ 2.096.351.003,41. Desse total, apenas 5%. foram usados em investimentos, ou seja, R$ 112.988.245,01Em 2009, até fevereiro, a Cedae teve uma receita de R$ 436.429.019,11, e contou com uma despesa de R$ 247.881.834,21. Já os investimentos representaram 0,14% desse total (R$ 357.739,95).
Ainda segundo a assessoria de Rio das Ostras, a cidade, que atualmente possui cerca de 100 mil habitantes, não foi agraciada com investimentos na captação de água, pelo menos nos últimos cinco anos. Com isso, a vazão, que deveria ser de 320 litros por segundo, atinge apenas 240 litros, insuficientes para atender à população. Nos últimos anos, a prefeitura da cidade investiu mais de R$ 70 milhões em redes de distribuição, mas a produção de água continuou a mesma.