Intensivão de provas

O Dia
Bruna Talarico

Nas 116 escolas com piores notas na rede municipal, 6.680 alunos farão o dobro de avaliações e terão aula em tempo integral. Filme chinês inspirou projeto da Prefeitura do Rio

Rio – Em abril, 6.680 alunos da rede municipal passam a receber atenção especial. Matriculados nas 116 escolas com pior rendimento na Prova Rio, eles farão parte do programa “Nenhuma criança a menos”, para evitar a evasão e melhorar o aprendizado. As aulas serão em tempo integral, e haverá testes mensais — e não bimestrais. Os professores traçarão o plano de reforço e serão capacitados por especialistas da UFRJ e Uerj em didática em Português e Matemática. O programa foi antecipado ontem pelo ‘Informe do DIA’.

“Vamos incentivar a cooperação, levando os diretores das escolas com melhor rendimento para ‘apadrinhar’ as que têm dificuldades”, destacou a secretária Cláudia Costin. As famílias também poderão ajudar. Todo mês, os responsáveis receberão relatórios e serão convidados para reuniões com os professores. “Queremos que os alunos passem de ano porque aprenderam”, emendou.

Os alunos terão ainda prioridade no uso dos laboratórios de informática, onde participarão do Reforço Digital — aulas com exercícios lúdicos focados em Português e Matemática, feitos no computador — e também receberão livros, em uma tentativa de remediar a dificuldade de interpretação de textos. A listagem com os títulos está sendo elaborada pelos coordenadores das Salas de Leitura das unidades em parceria com o Instituto Ayrton Senna, com prazo de conclusão para a próxima semana.

O nome do programa foi inspirado no filme ‘Nenhum a menos’, do diretor Zhang Yimou, que venceu o Festival de Veneza de 1999. Numa escola rural precária do interior da China, o professor precisa se afastar para cuidar da mãe, sendo substituído por uma jovem de 13 anos. A ordem é que nenhum aluno abandone os estudos durante a ausência do docente. A professora luta e até segue um de seus alunos, que foge com os pais para a cidade.

12 mil a espera da regulamentação

Cerca de 12 mil alunos do Ensino Médio que estudam em escolas técnicas federais em todo o Estado ainda não conseguiram embarcar na carona da gratuidade do transporte público.

Segundo o presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, deputado Comte Bittencourt (PPS), os alunos estão a pé porque o governador Sérgio Cabral ainda não regulamentou a lei 4510/05, que abre brecha para alunos da rede federal.

O deputado encaminhou ofício ao secretário estadual da Casa Civil, Régis Fichtner, advertindo que o fato causa evasão.

“Aguardo resposta. Se for negativa, vou acionar o MEC, a direção geral do Cefet e encaminhar um expediente à presidente da Comissão de Educação, na Câmara Federal, deputada Maria do Rosário, para cobrar do Governo Federal”, anunciou.

Para Lucas Fernandes, 15 anos, aluno do curso de Controle Ambiental do IFECT, deveria haver um acordo entre os governos para favorecer alunos da rede federal. “Gasto R$ 5 por dia, no deslocamento de São João de Meriti para cá. Mas existem colegas que não podem pagar, são mais de R$ 100 por mês. Tomara que resolvam o problema”, torce.

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