Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Estadual do Ceará (UECE) demonstraram que nem sempre comer fora de casa produz efeitos maléficos à saúde. Dados de estudo publicado na edição de janeiro de 2021 da revista “Cadernos de Saúde Pública” mostram que adolescentes que consomem alimentos longe de suas residências apresentam menos propensão a desenvolver hiperglicemia e hipertensão arterial, comparados a jovens que fazem as refeições em casa.
Segundo reportagem da revista Galileu, uma explicação está no fato de que a maioria dessas refeições é feita na escola, sobretudo de alunos da rede pública de ensino.
Para investigar a relação entre o consumo de alimentos fora de casa e a propensão de adolescentes a desenvolver doenças crônicas, os pesquisadores utilizaram dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), feito em 2013 e 2014. O Erica foi conduzido com 36.956 jovens de 12 a 17 anos, que estudavam em escolas públicas e privadas de municípios com mais de 100 mil habitantes, de todas as regiões brasileiras.
O consumo de alimentos fora de casa foi citado por 53,2% dos adolescentes, sendo maior entre aqueles que estudavam em escolas privadas (62,5%). No entanto, considerando apenas a alimentação realizada na escola, a frequência do consumo foi três vezes maior entre os estudantes da rede pública (61,7%), na comparação com os da rede privada (21,4%).