O ano letivo das redes municipal e estadual começa na segunda-feira (8), mas os alunos ainda vão ter que esperar para voltar a pisar nas escolas. Nas primeiras semanas, as atividades acontecerão apenas de forma remota. A previsão de retorno das aulas presenciais no município é no próximo dia 24. Já nos colégios estaduais, será a partir de 1º de março.
Estado e município apostam em um protocolo rigoroso para a retomada gradual das atividades presenciais. No caso da rede da prefeitura, a volta será dividida em etapas. Na primeira fase, será a vez dos alunos da pré-escola e do 1º e do 2º ano. Em seguida, volta parte dos alunos de creches, do 3º ao 6º ano e do 9º ano. Na terceira e última etapa, mais alunos de creches e do 6º ano e os estudantes do 8º ano, do Programa Especial de Jovens e Adultos (Peja) e das classes especiais.
— Estamos trabalhando para, além de um protocolo sanitário seguro, oferecer acolhimento e uma educação de qualidade para nossas crianças e jovens. Ninguém deve ficar para trás — disse o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha.
No caso do estado, além do protocolo sanitário, haverá uma avaliação socioemocional dos alunos. Isso será feito ao longo do mês de fevereiro. Cada adolescente será chamado para ir uma vez à escola, onde será avaliado. Durante a ida dos estudantes às unidades, também serão entregues o plano de estudo do semestre e o material pedagógico impresso. A partir de março, está previsto o retorno presencial nos colégios estaduais, mas apenas para um grupo considerado mais vulnerável, que é aquele composto por alunos que não têm acesso a equipamentos para acompanhar as atividades remotas. Pelas contas do secretário estadual de Educação, Comte Bittencourt, há cerca de 70 mil alunos nessas condições, o que representa cerca de 10% do total de estudantes da rede.
— Foram 300 dias de afastamento escolar, então estabelecemos o mês de fevereiro como um período de planejamento, acolhimento, distribuição e organização dos grupos que vão ter aula presencial a partir de março — afirmou Bittencourt.
Mas, se depender do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), o retorno das aulas presenciais não começará tão cedo. Coordenador-geral da entidade, Gustavo Miranda afirma que a categoria está em greve e que só aceitará descruzar os braços quando houver imunização para todos.
— A única forma de a categoria voltar a trabalhar de maneira segura é quando houver vacina. A notícia de que o estado pretende convocar profissionais, mesmo sem ter a interação com estudantes, apenas para planejamento, preocupa o sindicato, pois isso pode gerar uma contaminação em massa da categoria — afirma Miranda.
Os profissionais também reclamam da falta de recursos e de capacitação para realizar as atividades remotas. O problema também se estende aos alunos: muitas famílias dizem que não têm condições de acompanhar as atividades pela internet com os equipamentos disponíveis em casa.
Na tentativa de reduzir o problema, estado e município encontraram uma solução para que os estudantes acessem os aplicativos de atividades remotas sem consumir o pacote de dados. As secretarias lançaram mão do que se chama de link patrocinado. Quando o aluno ou o professor acessa o aplicativo pelo celular, os dados utilizados são pagos pela secretaria e não pelo usuário.
O principal aplicativo da prefeitura para as atividades remotas será o Rio Educa Em Casa, mas ele ainda não estará disponível na próxima semana. Na semana que vem, o único meio de formação remota que os alunos terão serão as videoaulas transmitidas pela TV Escola. A aula inaugural, com o secretário Renan Ferreirinha, será exibida, ao vivo, às 9h de segunda-feira.