Justiça muda as regras mais uma vez no CAp-Uerj

Uma nova decisão judicial mudou mais uma vez a situação dos alunos do 1º ano do Colégio Aplicação da Universidade Estadual do Rio (CAp-Uerj). Desde o início do ano letivo, duas turmas brigam pelo direito de freqüentar a escola, em virtude da realização de dois sorteios para a seleção dos estudantes. Ontem, o desembargador Gilberto Dutra Moreira, da 10ª Câmara Cível, determinou a imediata matrícula dos alunos escolhidos no primeiro sorteio, invalidando o segundo concurso.

Segundo pais de estudantes, houve uma falha de segurança no primeiro sorteio, o que teria levado a direção do CAp-Uerj a realizar uma segunda seleção, sem esperar uma decisão da Justiça. Parte dos pais beneficiados pelo primeiro processo não aceitou o cancelamento do processo e procurou a Justiça. A partir daí, a confusão estava formada.

As mudanças têm sido sentidas pelos alunos. Há quatro semanas, a filha da dona de casa Cristiane Marinho, de 6 anos, conta com entusiasmo sua rotina na escola. Aprendeu a gostar de ler e está estimulando toda a família. “Vamos comprar o jornal domingo, mamãe”, pede a pequena. Mas, agora, a família da menina e as de outros 29 alunos do 1º ano vivem novo drama.
—Ela está encantada com a escola. Se eles (CAp-Uerj) tiveram problemas nos sorteios, as crianças não têm nada a ver com isso — disse Cristiane.
Para Mônica Wermelinger, mãe de Anna Michaela, de 7 anos, sorteada na primeira vez, “a briga não vai acabar”:
— Finalmente, minha filha vai ser matriculada, mas a Uerj e a Justiça continuam erradas. Agora, outras 30 crianças ficarão sem escola.

A crítica é endossada pelo: presidente da comissão de Educação da Alerj, deputado Comte Bittencourt:
— Nós temos que garantir os sonhos. Tudo isso (falhas nos sorteios) fica num plano secundário — disse o deputado, que lutará pela matrícula das 60 crianças dos dois sorteios.

Paolla Serra
Extra