RIO – No dia em que se completa uma década do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, o Cristo Redentor foi cenário de uma missa em memória às doze vítimas da tragédia, entre elas crianças e adolescentes.
Conduzida pelo reitor do Santuário, Padre Omar, a cerimônia teve início às 17h e contou com a participação solidária dos cantores Elba Ramalho e Mumuzinho. O evento foi transmitido ao vivo no canal do Santuário no Youtube.
Com as restrições impostas pela Prefeitura para conter o avanço da covid-19, o público teve de ser reduzido. Estiveram presentes o Secretário Estadual de Educação, Comte Bittencourt, adolescentes que sobreviveram à tragédia na época e mães das vítimas, entre elas Adriana Silveira, presidente da Associação dos Anjos de Realengo.
— (A missa) é um momento de muita emoção, que mexe muito com a gente, mas também de muita gratidão. Agradecer a Deus por tudo que Ele faz por nós (mães das vítimas), por termos sido abraçadas por toda uma população — conta Adriana, que perdeu sua filha Luiza, com 15 anos, na tragédia.
Durante a cerimônia, o cantor Mumuzinho, natural de Realengo, se emocionou e agradeceu pelo convite do Padre Omar para fazer parte daquele momento.
“Eu queria poder passar uma mensagem de esperança, de fé, para essas mães guerreiras. Eu estou muito emocionado porque eu também estudei no colégio (Escola Municipal Tasso da Silveira), e poderia ter sido eu (quando) moleque”, disse o cantor.
A missa terminou por volta das 18h20 e, ao fim, o monumento do Cristo Redentor foi iluminado na cor verde, para simbolizar a esperança – como tem sido feito todo ano na data que marca a tragédia.
“Desde dez anos atrás, temos iluminado o Cristo Redentor em homenagem a essas famílias, na cor da esperança. É isso que mantém viva cada família, cada coração, cada mãe. Que Deus abençoe vocês”, disse o Padre Omar.
O massacre de Realengo
Há dez anos, na manhã do dia 7 de abril de 2011, Wellington Menezes de Oliveira, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, entrou armado no local e abriu fogo contra diversas crianças e adolescentes.
Allan Mendes da Silva, de 13 anos, conseguiu escapar e pedir socorro a três PMs que faziam uma ronda próximo à escola. Os policiais dirigiram-se ao local e o atirador foi ferido em uma troca de tiros com um sargento da instituição. Em seguida, Wellington tirou sua própria vida.
O episódio, que ficou conhecido como massacre de Realengo, deixou 12 vítimas e feriu outras 13, todas de idades entre 12 e 14 anos.
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