Ruptura se deu após duas eleições em que as siglas enfrentaram divergências
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/A/j/8MHYkgQOioHyD3Ko5OOQ/84018556-ni-niteroi-rj-07-08-2019-entrevista-com-o-secretario-do-governo-comte-bittencourt-o-municip.jpg)
Após duas eleições em que enfrentaram divergências, o Diretório Nacional do Cidadania confirmou a decisão da Executiva nacional do partido de por um fim com a federação com o PSDB, que era mantida desde o pleito 2022. O compromisso terá que será mantido até abril do próximo ano eleitoral, 2026, como exige a legislação.
Segundo a nota divulga pela legenda neste domingo, o fim da união foi defendido por filiados de diversos estados, que relataram dificuldade de convivência com membros do PSDB e desvantagens para o Cidadania, que perdeu em número de deputados estaduais e federais, vereadores e prefeitos.
“A federação é passado; vamos em frente, retomando o protagonismo de nossa identidade, que deve apontar para onde o Cidadania pretende caminhar”, disse o presidente nacional Comte Bittencourt.
A federação nunca foi unanimidade em ambas as siglas, mas enfrentou um maior desgaste no Cidadania. Em 2022, a união foi aprovada com um único voto favorável de diferença e gerou baixas significativas, como a do senador Alessandro Vieira, hoje no MDB.
Nos últimos dois anos, contudo, os períodos eleitorais serviram para dar munição às insatisfações internas. No pleito deste ano, duas capitais-chave geraram desconforto: Curitiba e Rio. Na capital paraense, o deputado federal e presidente estadual do PSDB, Beto Richa, queria concorrer à prefeitura, mas foi surpreendido com o aceno público do Cidadania ao vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD). No Rio, enquanto os tucanos apoiaram o deputado federal Marcelo Queiroz (PP) e indicaram a vice na chapa, a vereadora Teresa Bergher, o Cidadania embarcou na reeleição de Eduardo Paes (PSD).
Com a separação, ambos os partidos já discutem arranjos com outros parceiros. Com o risco de não atingirem a cláusula de barreira sozinhos, discussões sobre novas federações ocorrem nos bastidores.
No comunicado em que anunciou o fim da federação, Comte Bittencourt afirmou que o momento da sigla é de ter “sabedoria, tranquilidade e equilíbrio para chegar a uma maturidade” do que será feito em 2026.
“Decidir se vamos disputar sozinhos ou se nos federamos com outros partidos do campo democrático”, afirmou o dirigente, destacando ainda que primeiro o partido precisa se fortalecer antes de qualquer nova decisão.