Acordo na Alerj eleva reajuste do piso regional de 9% para 13,5%. Novos valores para as faixas entram em vigor no dia 1º
Jornal O Dia
Por Max Leone
Rio – Mais de um milhão de trabalhadores da iniciativa privada do estado que recebem o piso regional vão ganhar reajuste de 13,5% em 2010. Um acordo entre os deputados estaduais ontem na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) acrescentou quatro pontos e meio percentuais à proposta original de 9% apresentada pelo governador Sérgio Cabral. Com isso, o salário das empregadas domésticas (faixa 2) subirá de R$ 512,67 para R$ 581,88, a partir de 1º de janeiro.
“Acolhemos as justificativas e as ponderações das centrais sindicais que se reuniram com o presidente da Casa, Jorge Picciani, sobre um reajuste maior”, explicou o líder do governo, deputado Paulo Melo (PMDB).
De acordo com Melo, o governador também foi consultado e houve a garantia de que, depois de aprovada, a proposta será sancionada. “Amanhã (hoje), votamos a redação final do projeto de lei e a encaminhamos para a sanção do governador, que ocorrerá antes do fim do ano para entrar em vigor no dia 1º ”, assegura o deputado.
A emenda que garante os 13,5% foi assinada em conjunto pelos deputados Luiz Paulo (PSDB); Sabino (PSC); Caetano Amado (PR); Gilberto Palmares (PT); Rodrigo Dantas (DEM); Comte Bittencourt (PPS); Flavio Bolsonaro e Tucalo, ambos do PP.
“A proporção entre o mínimo e os pisos foi sendo reduzida. Embora não tenhamos tido condições de assegurar reajuste de 22%, ou de 16%, conseguimos avançar”, afirmou Paulo Ramos (PDT), presidente da Comissão de Trabalho.
Além do reajuste, a proposta acordada incluiu novas categorias nas nove faixas do piso regional. Os auxiliares de enfermagem entram na faixa 6, cujo salário será de R$ 665,77. Técnicos em enfermagem vão para a faixa 7, com remuneração de R$ 782,93, e os arquivistas de Nível Superior, na 9, recebendo R$ 1.484,58.
Trabalhadores satisfeitos
A proposta de elevar de 9% para 13,5% o reajuste do piso regional dividiu opiniões. De um lado, os representantes dos trabalhadores ficaram satisfeitos. “É um grande avanço”, classificou Bartolomeu França, da bancada dos empregados no Conselho Estadual de Trabalho e Renda.
Do outro, no entanto, os empresários reclamaram: “Acho que houve aspectos políticos na decisão de aumentar o percentual. O governador temeu perder a votação no Plenário e resolveu voltar atrás e aceitar um aumento maior”, afirmou Natan Schiper, representante patronal no conselho.