Portões fechados

Matéria do dia 02/03/2007
RJTV 1ª Edição

Alunos de uma escola estadual de Campo Grande, na Zona Oeste, ainda estão sem aulas. Ao voltarem das férias, eles encontraram uma ordem de despejo e um cadeado no portão, em vez de livros e salas de aulas.

Portões trancados com cadeados e os alunos do lado de fora. Os professores tiveram que retirar o material escolar às pressas. A Secretaria de Educação recebeu uma ordem judicial de despejo, porque o aluguel do prédio estava atrasado há quatro anos.

Na Escola Irineu José Ferreira, estão matriculados 1.500 estudantes do Ensino Médio. Sem sala de aula, eles continuam de férias, mas agora estão preocupados.

“Estou preocupada, porque disseram que as aulas começariam depois do carnaval e agora nos mandaram esperar”, diz a estudante Daila Barbosa.

As aulas na rede estadual começaram no dia 12 de fevereiro. Os alunos ainda não sabem se serão remanejados para outros colégios ou se a Secretaria de Educação vai resolver o problema do prédio alugado. Segundo o sindicato dos profissionais de educação, não há vagas em outras escolas da região.

Dos 47 colégios estaduais de Campo Grande, apenas 18 funcionam em prédios do governo. Vinte e nove ocupam imóveis alugados ou funcionam à noite, em escolas municipais.

“As escolas estão superlotadas, não há possibilidade de remanejamento dos alunos. São 1.500 alunos. O que reivindicamos é que seja resolvida a situação desse prédio”, afirma Eva de Jesus, do sindicato dos profissionais de ensino.

A comissão de educação da Assembléia Legislativa vai entrar com uma representação no Ministério Público contra o governo do estado. “A lei de responsabilidade fiscal estabelece mecanismos para que os governos não permitam a interrupção no serviço público”, observa o deputado Comte Bittencourt.

“O que me informaram é que nem os documentos dos alunos do primeiro ano serão liberados, porque eles terão que fazer uma prova primeiro, no primeiro bimestre, para liberar esses alunos para outro colégio, se houver vaga”, queixa-se Adir das Dores, mãe de um aluno.

Segundo a Secretaria de Educação, o governador Sérgio Cabral assinou um decreto de desapropriação do imóvel, onde funcionava o Colégio Irineu José Ferreira. Além disso, a secretaria também está negociando a compra de um outro imóvel na região e prepara um novo calendário especial para não prejudicar ainda mais os alunos da unidade.

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