Presidente da Comissão de Educação da Alerj visita Uenf

Revista Somos Assim

Comte Bittencourt diz que vai brigar por reposição salarial de 82% na Uenf

“No próximo ano não haverá emenda para a parte física. Nós vamos brigar para conseguir a reposição salarial de 82%”

O presidente da Comissão de Educação da Alerj, deputado Comte Bittencourt, em audiência com a Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Aduenf) deixou claro: não haverá emendas em 2010 para aplicação na infraestrutura da Uenf. A decisão foi tomada depois que a Aduenf enviou documentos à Comissão de Educação demonstrando as perdas salariais do corpo docente. Ao longo dos anos, a defasagem salarial provocou a evasão de 15% dos doutores, atraídos por melhores salários das Universidades Federais e particulares.

Com a decisão da Comissão, depois de um pool de obras pelas quais, até a gestão de Almy, a Uenf nunca tinha passado, parece que a Universidade vai finalmente valorizar quem contribui para sua formação e reconhecimento: os funcionários. Na última quarta-feira deste mês, o reitor Almy Jr. tem uma audiência pública conjunta com as Comissões de Educação e Orçamento.

— A Comissão de Educação tem discutido com frequência sobre as universidades do Estado. No caso da Uenf, nos últimos dois anos conseguimos emendas específicas de R$ 5 milhões para cada ano, destinados à infraestrutura, que era o apelo da comunidade acadêmica na época. Mas para o próximo ano não haverá emenda para a parte física. Nós vamos brigar para conseguir a reposição salarial de 82%, como os docentes pedem, para compensar a defasagem de 10 anos. Mas não adianta prometer os 82% porque não sabemos se vamos conseguir, mas faço a promessa de uma emenda que garanta alguma reposição para os professores — disse Bittencourt, ressaltando que esta decisão foi fruto da análise de documentos enviados pela Aduenf.

Os servidores administrativos aproveitaram a visita do deputado para manifestar a insatisfação dos concursados com as demasiadas terceirizações de funcionários que a Universidade tem feito. Eles lembraram também que, a exemplo da perda de docentes, o setor administrativo também está perdendo funcionários, principalmente os de informática para outras instituições. Além disso, os servidores foram categóricos ao afirmar que não há transparência no processo de terceirização e nem previsão de concurso, o que é maléfico para a instituição, porque a maioria dos contratados não cria vínculos com a Universidade.

Já os estudantes apresentaram a Comte Bittencourt uma série de problemas que contribui para a evasão estudantil, como a questão do restaurante universitário, que só agora começou a sair do papel, e a revisão das bolsas universitárias, cujo valor gira em torna de R$ 300, tornando inviável o custo de vida dos estudantes na cidade.

O presidente da Aduenf, Marcos Pedlowski, frisou que a reposição salarial é fundamental. “A Aduenf enfatiza a reposição dos professores, mas tem preocupação com os servidores também. A folha de pagamentos da Uenf hoje custa R$ 5,8 milhões. É um custo baixo para uma Universidade que tem tantos cursos de graduação e pesquisas sendo premiadas. Estamos em um processo em que, se não houver reposição salarial, a Uenf irá continuar perdendo seus doutores. As consequências dessa perda nós já sentimos agora, mas daqui a alguns anos será muito pior”, disse.

Finalizando a audiência, o deputado Comte Bittencourt convidou a Aduenf para participar da reunião das Comissões de Educação e Orçamento junto com a reitoria.

— Nós passamos pelos governos do casal Garotinho sem que fosse dada a importância devida à Uenf e às Universidades do Estado, de forma geral. No governo Cabral, também não há eixo de prioridade para valorizar o servidor público. Não adianta investir muito em segurança e quase nada em educação. Se continuar sangrando o orçamento das Universidades, daqui a 10 anos elas estarão passando pelo mesmo problema que passa hoje a educação básica. As terceirizações nos preocupam. Um terceirizado custa quatro vezes mais o que custa um concursado. O Marcos mandou o expediente dos contratos, nós estamos investigando. Mas hoje eu saio daqui com a promessa de que a emenda que conseguirmos para a Uenf seja destinada a alguma reposição na questão salarial da Universidade, tanto pessoal docente como técnico administrativo — finalizou o deputado.

Como disse Darcy Ribeiro na aula inaugural da Uenf: “prédios novos de nada adiantam, não formam uma Universidade. O que forma uma Universidade são as pessoas que estão ali diariamente”.

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