Comte explicou que é urgente a criação de uma portaria para normatizar a emenda e garantir, de fato, autonomia às universidades fluminenses. “No texto original não está especificado que o valor deve ser destinado apenas para o custeio das universidades. Por conta disso, o estado acaba aproveitando essa brecha para utilizar parte dos 25% com o pagamento de pessoal. Desta forma, os problemas de infrainstrutura e de regularização de serviços das universidades não são sanados. A verba continua sem chegar onde os reitores definem como prioridade. A autonomia financeira não está se concretizando”, argumentou.
Segundo a reitora da Universidade da Fundação Centro Universitário da Zona Oeste (Uezo), Maria Cristina de Assis, nos últimos dois meses a instituição recebeu mensalmente, cerca de R$ 340 mil, para o custeio da universidade. “Deveríamos receber cerca de R$ 600 mil. Mas parte da verba foi utilizada pelo estado para o pagamento de pessoal, quando o recurso não deveria ser usado para esse fim”, justificou a reitora.
O reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Luiz Passione, concordou com Maria Cristina e frisou que a transferência de duodécimo só vai funcionar quando os recursos forem diretamente para a conta da universidade. “A instituição do duodécimo deve mudar a forma de gerenciamento do orçamento. O que tem acontecido até o momento é o gerenciamento do orçamento nos moldes antigos, onde dependemos, em última análise, de uma decisão da Fazenda para definir o que será pago ou não”, afirmou Passione.
Após as colocações, a secretária de Política Fiscal da Sefaz, Joselia Castro de Albuquerque, afirmou que vai criar um grupo de trabalho, junto com representantes das universidades e da Secti, para elaborar uma norma que atenda às necessidades de todos.
Ao fim do encontro, Comte aproveitou o compromisso assumido pela Fazenda com os reitores para anunciar a realização, em abril, de nova audiência pública para retomar o tema. “Queremos ter conhecimento dos resultados dessas conversas. Esse ato normativo precisa ser formulado com a participação de todos os entes envolvidos e vamos cobrar isso do Governo do estado”, concluiu Comte.