Segundo o subsecretário de Gestão de Ensino, Paulo Fortunato, a diminuição no número de alunos que deixam a escola sem concluir sua formação está relacionada a projetos pedagógicos implantados nas unidades.
“O tema da evasão escolar tem vários pontos: a questão social, o problema da violência e também pedagógica. Hoje temos uma gama diversa de atividades pedagógicas que tornam a escola atrativa, fazendo com que o aluno permaneça nela”, afirmou.
Entre as ações destacadas pela Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) no encontro, estão aulas de apoio em Português e Matemática e a criação do cargo de Responsável pelo Acompanhamento da Frequência (RAF), profissional que remete casos de baixa frequência escolar à direção das unidades.
No encontro, representantes da secretaria apresentaram outros indicadores do ensino público estadual sobre o ano de 2017, como a taxa de analfabetismo entre jovens de 15 a 17 anos, que caiu de 0,4% em 2015 para 0,2% no ano passado. Entre os aumentos registrados, está o número de unidades que oferecem ensino médio integral profissionalizante. Atualmente, 189 escolas estaduais, presentes em 80 municípios, contam com a modalidade. Em 2016, eram 117, espalhadas por 75 cidades.
“A nossa previsão é que sejam 224 escolas com formação integral profissionalizante no ano que vem”, afirmou o secretário Wagner Victer. A quantidade de grêmios estudantis também cresceu: o número saltou de 241 em 2016 para 898 em 2018, segundo o representante da Seeduc.
De acordo com a secretaria, em 2017 o estado contava com 64.642 professores ativos. Desses, 53 mil estavam em sala de aula e os pouco mais de 11 mil restantes ocupavam outros cargos nas unidades e fora delas. Houve queda no número de profissionais temporários contratados: de 1672 em 2016 para apenas 78 em 2017.
No entanto, representantes da Associação de Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro (AERJ) afirmaram que a redução não foi acompanhada de convocações de concursados suficientes.
“Estou sem aulas de Química, Biologia, Filosofia e Sociologia há quatro meses porque não tem professor”, relatou Ian Vitor da Silva, de 19 anos, aluno de um colégio estadual em Duque de Caxias.
A falta de reajuste salarial para a classe docente também foi questionada pela professora Márcia Cardoso de Barros, da União dos Professores Públicos no Estado (UPPES). O salário-base dos profissionais que cumprem jornada de 16 horas semanais é de R$1.179,35 desde 2014.
“O reajuste é um direito do professor. Temos docentes adoecidos por tantos anos de desvalorização. É preciso reverter esse quadro com urgência”, afirmou.
Após a explanação dos representantes da Seeduc, Comte ressaltou a importância de acompanhar os dados apresentados, em cumprimento à Lei de Responsabilidade Estadual 5451/09. De autoria do parlamentar, a legislação determina que a secretaria apresente anualmente o relatório de indicadores escolares da rede estadual à Comissão de Educação da Alerj.
“A finalidade do conhecimento desses dados é verificar se realmente está havendo progresso ou não na qualidade da oferta de ensino na rede. Somos o único estado do Brasil que possui uma legislação que garante transparência aos índices educacionais, que podem ser acompanhados, inclusive, pela sociedade”, declarou.